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"Conhecendo a SJRJ” celebra 15 anos de existência

na frente, colado no balcão da mesa, um cartaz com os dizeres SJRJ 15 anos. No mesmo cartaz uma foto da fachada do prédio da JFRJ. Sentados à mesa, da esquerda para a direita estão Magali Dib (de óculos e vestindo uma blusa azul); desembargadora Andrea Pachá (de blusa branca e óculos)e os juízes federais Osair Victor e Carlos Lugones (ambos vestem terno). Atrás deles vê-se a antiga mesa do STF, com 14 cadeiras e uma parede ornamentada em cores pastéis.
Magali Dib; desembargadora Andrea Pachá e os juízes federais Osair Victor e Carlos Lugones constituíram a mesa do evento
A desembargadora Andrea Pachá, de pé, atrás do púlpito, fala ao microfone. À sua direita, a mesa com 4 lugares, agora vazia, com o cartaz onde lê-se SJRJ 15 anos
A desembargadora Andrea Pachá ministrou palestra durante o evento
Diversas pessoas, entre magistrados, organizadores do Programa e estudantes, estão sentados em fieiras de cadeiras em um salão com piso de madeira listrada e paredes ornamentadas em cores pastéis

“O papel do Poder Judiciário na construção da cidadania” foi o tema da palestra ministrada pela desembargadora do Tribunal do Justiça do Rio de Janeiro - TJRJ, Andrea Pachá, no evento em comemoração aos 15 anos de existência do programa educativo “Conhecendo a SJRJ”, realizado no dia 7 de novembro, na Sala de Sessões do Centro Cultural Justiça Federal – CCJF.

Em 2007, o projeto se tornou o programa de visitação oficial da instituição. A iniciativa tem como objetivo apresentar a estrutura e o funcionamento da Justiça Federal prioritariamente para estudantes de ensino médio de escolas públicas, promovendo a aproximação entre o Poder Judiciário e o cidadão.

A mesa do encontro foi constituída pelo vice-diretor do Foro, juiz federal Osair Victor de Oliveira Junior; Carlos Guilherme Francovich Lugones, juiz federal que instituiu o programa como atividade permanente; a desembargadora do TJRJ, Andrea Pachá, palestrante convidada; e a servidora aposentada da SJRJ e colaboradora do projeto, Magali Dib.

Estiveram presentes, ainda, as juízas federais Adriana Cruz e Marcella Brandão, integrantes da equipe que realiza as edições do programa; a diretora da Secretaria Geral, Luciene Dau Miguel, diretores administrativos, servidores e outros convidados que contribuíram para a realização das visitas ao longo dos anos. Também participaram da cerimônia alunos e educadores de três escolas que já estiveram em várias edições do “Conhecendo”:  Colégio Estadual Cora Coralina, Colégio Pedro II (campus Tijuca) e Escola Técnica Estadual João Luiz do Nascimento (ETEJLN / FAETEC).

 

Cidadania e Justiça

Durante a abertura do encontro, a Assessora de Comunicação da SJRJ e idealizadora do projeto, Iris de Faria, destacou a relevância da atividade. “Para muitos, a participação ativa no ‘Conhecendo’, a chance de conversar com um juiz ou juíza, e de entender como funciona o Poder Judiciário foi uma experiência singular, derrubando barreiras que provocam a exclusão social. E para todos foi uma oportunidade de despertar e fortalecer a consciência de cidadania”, disse.

Em seguida, três educadores falaram sobre o impacto da iniciativa na vida dos alunos que participaram do “Conhecendo”. Ana Carolina Berbel, professora do Colégio Pedro II, citou como é “engrandecedor e inspirador para os estudantes terem acesso a informações que abrem portas para novas ideias”. Já Cristiane Brandão, educadora da escola Cora Coralina, disse “ser fundamental participar de projetos que incentivem o debate sobre questões que repercutam na vida dos alunos e os façam pensar no ambiente escolar como um espaço para a construção de um país mais justo”. Por sua vez, Renato Ribeiro Cunha, da ETEJLN / FAETEC, destacou a “oportunidade que o ‘Conhecendo’ oferece aos estudantes de vivenciar questões práticas relacionadas à Justiça e ao conhecimento de direitos”.

Na sequência, a diretora executiva do CCJF,  Daniela Pfeiffer, fez um convite para que todos visitem o Centro Cultural em qualquer tempo. “Este é um espaço que promove o diálogo entre a Justiça, a cultura e a cidadania. Temos programação gratuita ou com preços bem acessíveis. Deixo aqui um convite para todos voltem para ver uma exposição, ir ao cinema ou ao teatro”, afirmou.

 

Educação e aprendizado

Dando prosseguimento à cerimônia, os integrantes da mesa falaram sobre a importância do “Conhecendo a SJRJ” para a instituição e para a sociedade como um todo. Para o juiz federal Carlos Lugones, o programa é essencial para aproximar o Judiciário das pessoas. “Os jovens são o nosso futuro. Por isso, considero esse diálogo fundamental”, afirmou. 

Em seguida, o vice-diretor do Foro e integrante da equipe que promove as edições do programa, Osair Victor destacou o papel do aprendizado e da educação na vida de todos. “Professores muitas vezes são a nossa inspiração. Vejo hoje aqui, com muita alegria, que os educadores continuam com o ideal de orientar. Tomei algumas decisões em minha vida com base em conselhos ou conversas com professores. Por isso, considero o papel do educador algo de grande responsabilidade. Podemos mudar um país pela educação e o Conhecendo tem esse papel também”, disse.

 

Sociedade mais justa e acolhedora

De forma didática e descontraída, a palestrante convidada, desembargadora Andrea Pachá, falou sobre o papel do Poder Judiciário na construção da cidadania. A magistrada destacou a importância de enxergamos a Justiça sob um outro ângulo. “A Justiça é sempre vinculada ao encarceramento e à punição. É preciso enxergá-la também como um projeto de inclusão e cidadania, onde muitos direitos são assegurados. Por isso, é tão importante um projeto como o ‘Conhecendo’, pois a informação é fundamental para o conhecimento de direitos e para a compreensão do funcionamento do Judiciário. Ninguém respeita o que não conhece.”, afirmou.

A desembargadora também falou sobre o trabalho da magistratura em um país tão desigual. “Enxergar as diferenças é fundamental para que eu seja uma magistrada conectada com o país onde vivo, pois o meu trabalho é atender à população. Existem normas que devem ser aplicadas e isso não é tão fácil em uma realidade tão desigual. A nossa população carcerária, por exemplo, é reflexo dessa justiça muitas vezes tão seletiva. E o Judiciário deve ser um meio, também, de reduzir desigualdades e garantir direitos”, explicou.

Em seguida, a palestrante destacou a importância da humanidade, do afeto e da esperança para a construção de uma sociedade mais justa e acolhedora. “Seguir carreira na magistratura é assumir um compromisso com o coletivo. E isso significa gostar de pessoas, entender que, atrás de cada processo existe uma história de vida. Isso torna o Judiciário um ambiente mais acolhedor. Não há justiça possível sem um discurso amoroso e sem um olhar de esperança. E ter esperança é um projeto muito presente na juventude. Espero que a gente não perca o eixo da humanidade, pois somente isso pode nos ajudar a reduzir desigualdades e a transformar o ambiente coletivo em um lugar melhor”, disse.

Ao final do evento, a Assessora Iris de Faria destacou a presença de duas ex-estagiárias que foram colaboradoras e parceiras do projeto, à época em que cursaram o ensino médio: Isabelle Theotonio e Gabriela de Oliveira Paula. Por conta das vivências no CCJF, Isabelle decidiu cursar História e ser professora. Já Gabriela optou por cursar Direito na graduação e mestrado; e hoje atua no Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

 

História

O "Conhecendo a SJRJ" nasceu como projeto-piloto em 2005, tornando-se o programa de visitação oficial da instituição dois anos depois, por meio da Portaria RJ-PDG-2007/00031, de 30 de março de 2007. Ao longo dos 15 anos de existência, foram realizadas mais de 80 edições, com a participação de 73 instituições de ensino e mais de 5500 alunos. Em algumas edições especiais, o programa teve como público-alvo universitários, alunos do ensino fundamental, pessoas em situação de rua, auxiliares de serviços gerais e estudantes das Universidades Abertas para Terceira Idade.