Conteúdo principal

JFRJ promove palestra sobre Consumo Consciente

imagem de mãos segurando terra e muda de planta. Abaixo, o seguinte título: "JFRJ promove palestra sobre Consumo Consciente"
JFRJ promove palestra sobre Consumo Consciente

A JFRJ recebeu, no dia 08/11, a especialista em gestão sustentável e integrada, Dilma Pimentel, para uma palestra sobre consumo consciente, na Sede Administrativa da Instituição, no Centro do Rio.  O evento, que também foi transmitido pela plataforma Zoom, integra o calendário de ações de conscientização ecológica promovidas pela Seção de Projetos Socioambientais da Seção Judiciária do RJ.     

Um dos primeiros pontos levantados por Dilma Pimentel durante a palestra foi o de que não existe consumo consciente sem informação: é preciso saber o que – e até porque – algo está sendo comprado. Se antes adquirir um bem estava relacionado à necessidade, hoje a questão passa pelo pertencimento a um grupo, com implicações sociais, econômicas e até políticas. “É preciso fortalecer o ser em vez do ter. E não é só por uma questão financeira, há uma série de aspectos socioeconômicos “, disse.

A especialista aproveitou o momento para abordar os dilemas éticos envolvidos na hora de levar alguma coisa para casa. Ela mencionou casos em que empresas famosas foram denunciadas publicamente por crimes cometidos contra os direitos humanos, inclusive por uso de trabalho escravizado, entre os anos de 2021 e 2023. “O dilema é: comprar assim mesmo ou deixar de ter o produto?”, questionou.

Origem dos produtos

Dilma Pimentel também chamou atenção para a crescente exigência do mercado internacional sobre a origem dos produtos comercializados e se as empresas estão realmente adotando os critérios de sustentabilidade. Segundo a especialista, esse mapeamento se dá por várias frentes, seja por meio da capacidade de rastreabilidade do produto, seja pela cadeia de custódia e de valor. Ela também falou sobre a responsabilidade das empresas, inclusive as ligadas ao Estado, na hora de contratar fornecedores. 

A especialista denunciou, ainda, a chamada “Green washing” (do inglês, “banho verde”), prática em que empresas – por meio da publicidade – se apropriam dos valores ecológicos para falsamente afirmarem que seus produtos são sustentáveis, colocando, inclusive, informações indevidas nos rótulos. “Quando falamos de gestão ambiental, é para a empresa atacar aquilo que traz o maior impacto negativo, e não onde ele é baixo.  No site do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), já existe um anexo para “Apelos de sustentabilidade”. Se uma empresa diz que é sustentável, mas na verdade não é, fica possível fazer a denúncia”, esclareceu.

Escolhas melhores

Durante a palestra, Dilma apresentou, ainda, as várias certificações que atestam se os produtos – do atum até os prédios que estão sendo construídos - respeitam as regras de sustentabilidade. Entre eles estão o selo “Fairtrade” (“comércio justo”), atribuído à empresa que respeita o meio ambiente e remunera de maneira justa o produtor; e o “Dolphin Safe” (“golfinho seguro”), presente nas latinhas de atum e que atesta que a pesca é responsável, sem envolver captura de golfinhos e outros mamíferos marinhos.

A especialista finalizou a palestra dizendo que investir na economia circular implica uma mudança de mentalidade. “A agricultura familiar, por exemplo, é responsável pela maior parte dos produtos orgânicos. Portanto, se a diferença de preço não for tão grande, vale a pena trocar. O mesmo vale para produtos 100% nacionais, que devem ser priorizados.  As soluções precisam ser construídas pela sociedade brasileira, com análise histórica e social do país”, concluiu.