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“1º Congresso Virtual da SJRJ – Ressignificar a Vida e o Trabalho”: evento reuniu profissionais de diferentes áreas para discutir a realidade pessoal e profissional imposta pela pandemia. Vídeos estão disponíveis no canal da SJRJ no YouTube

“1º Congresso Virtual da SJRJ – Ressignificar a Vida e o Trabalho”: evento reuniu profissionais de diferentes áreas para discutir a realidade pessoal e profissional imposta pela pandemia. Vídeos estão disponíveis no canal da SJRJ no YouTube
“1º Congresso Virtual da SJRJ – Ressignificar a Vida e o Trabalho”: evento reuniu profissionais de diferentes áreas para discutir a realidade pessoal e profissional imposta pela pandemia. Vídeos estão disponíveis no canal da SJRJ no YouTube

Com mais de três mil visualizações, encerrou-se, no último dia 19, o 1º Congresso Virtual da SJRJ “Ressignificar a Vida e o Trabalho”, transmitido pelo canal da SJRJ no YouTube. A iniciativa foi resultado da parceria da Justiça Federal do Rio de Janeiro e da empresa WeGov e contou com interpretação simultânea em libras, oferecida pelo Sisejufe – Sindicato dos Servidores do Judiciário Federal no RJ.   

O formato dinâmico das palestras permitiu que magistrados, servidores, gestores públicos, profissionais de saúde , escritores e um filósofo interagissem  intensamente com o público por meio de chat  durante todos os dias do Congresso, que foi dividido em quatro grandes temas: “Ressignificando a Justiça” (16/11), “Ressignificando a conexão entre gestão e jurisdição por meio da tecnologia”(17/11), Ressignificando as relações”(18/11) e por último, “Ressignificando a Vida”(19/11).  

Entre os convidados, nomes como Marco Bruno Miranda Clementino, juiz federal da SJRN, Valter Schenquener , juiz federal e secretário geral do CNJ, Maria Teresa Uille, conselheira do CNJ e presidente da Comissão Permanente de acompanhamento dos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável/ONU, Sergio Monte, instituto DNA/RJ, Gabriela Flores, WeGov/SP, Ilana Trombka, diretora geral do Senado Federal, Priscilla Corrêa, juíza federal e coordenadora do Centro de Inteligência da SJRJ,  Andréa Pachá, juíza e escritora e Luiz Felipe Pondé,  filósofo e escritor.

 O evento contou ainda com a participação do juiz federal e diretor do Foro da SJRJ, Osair Victor de Oliveira Júnior, da juíza federal e vice-diretora do Foro, Marcella Brandão, e das diretoras da Secretaria Geral Luciene Dau Miguel, e da Subsecretaria de Gestão de Pessoas da SJRJ Luciane Almada, além de uma grande equipe de servidores.

 Na abertura do evento, o diretor do Foro explicou a importância do Congresso:    “Vivemos momentos de desafios e novos significados.  “O Congresso é resultado das experiências da equipe ao longo dos meses de pandemia. O importante é cuidar das pessoas, ao mesmo tempo em que garantimos uma justiça célere e efetiva.  Estamos aqui para refletir sobre tudo isso”, frisou. O diretor do Foro aproveitou a oportunidade para agradecer o trabalho da área de Gestão de Pessoas da SJRJ na concretização do evento e destacou o esforço da diretora Luciane Almada e da coordenadora de Capacitação e Desenvolvimento da SJRJ, Aniele Xavier.  

Logo depois, a diretora da Secretaria Geral, Luciene Dau Miguel, falou sobre o impacto das mudanças e o desafio da atual gestão para se adaptar à nova realidade. “Esse é o nosso 1o Congresso Virtual e as questões levantadas aqui são muito relevantes. A administração da SJRJ precisou se adaptar dia após dia, e isso só foi possível porque trabalhamos com flexibilidade e empatia. Além disso, temos uma estrutura de TI que também permitiu essa adaptação. Foram muitas mudanças drásticas e simultâneas, tivemos que tomar decisões rapidamente. Mas enfrentamos o desafio e a justiça não parou”, afirmou. 

 

Judiciário Ressignificado

 

No primeiro dia de debates foram abordadas questões ligadas às inovações impostas pelo trabalho a distância. O juiz federal  e conselheiro do CNJ, Valter Schenquener falou sobre o papel da justiça Federal durante a pandemia, enquanto o juiz federal Marco Clementino discorreu sobre o tema “Cumprimento de mandados: troca de experiências para um cumprimento efetivo e humanizado”, com ênfase na experiência do mandado virtual e de como este procedimento poderá ser adotado mesmo depois da pandemia.  Para Valter Schenquener, “é preciso encontrar equilíbrio entre o trabalho remoto e a troca de experiências, seja em um ambiente físico ou mesmo virtualmente. A pandemia ressignificou nossa maneira de trabalhar e percebemos que as atividades da justiça podem e devem ser também digitais. Teletrabalho significa produtividade. Sai a forma e entra o conteúdo”, observou.

No segundo dia do Congresso o foco foram as novas tecnologias aplicadas ao Judiciário, a estruturação de dados e o cumprimento da Agenda 2030 da ONU. A juíza federal e coordenadora do Centro de Inteligência da SJRJ, Priscilla Corrêa, falou sobre a conexão entre gestão e jurisdição por meio da tecnologia, sobre como o Judiciário está absorvendo os desafios trazidos pela Agenda 2030 da ONU e os esforços para o cumprimento da meta 9.  Neste contexto, a juíza apresentou a ferramenta “MonitoraPrev”, voltado às demandas previdenciárias.  "Fizemos um recorte por benefícios por incapacidade, tema mais judicializado na Justiça Federal, com enfoque nas perícias.

Em complemento à apresentação, a juíza federal integrante do Centro de Inteligência da SJRJ, Michele Menezes, discorreu sobre a aplicação prática do MonitoraPrev em varas e juizados com competência previdenciária. "Esse mapa auxilia magistrados e servidores a aprimorarem sua percepção sobre quem demanda os benefícios por incapacidade, nos ajudando a decidir melhor”, completou.

Na sequência, a conselheira do CNJ Maria Tereza Uille abordou a questão da punição dos crimes ambientais. "A prática de crimes ambientais e florestais precisa ser coibida. O instrumento criminal tem de ser forte. O Judiciário é o único que consegue promover a unicidade de dados no Brasil em relação a esses crimes. Precisamos do Poder Judiciário para reprimir os crimes ambientais, e isso se dá através de estatística, de dados abertos, com indexação da ODS15.

Maria Tereza Uille fechou sua apresentação defendendo que o grande desafio da Agenda 2030 no Poder Judiciário está na elaboração de estatísticas globais sobre temas que realmente importam para a humanidade. “Anexando os ODS, verificamos o que podemos fazer para dar respostas a problemas globais", arrematou.

As juízas federais Caroline Tauk (juíza federal em auxílio no STF) e Carla Bonfadini (integrante do Centro de Inteligência da SJRJ) debateram o tema "Dados e Tecnologia no Judiciário Brasileiro: panorama atual".  Caroline Tauk afirmou que a redução do excesso de litigância exige inovação, sobretudo digital. Também disse que a estruturação dos dados é essencial para promover avanços de forma eficiente. "A Inteligência Artificial – essa forma de usar algoritmos - não chegaria a lugar algum sem esse grande conjunto de dados. Mas não basta querer inovar. Temos que ter metodologias baseadas em dados para conseguirmos que essa inovação seja bem direcionada", defendeu.

 

A tecnologia como arma de acesso e inclusão

 

Os encontros prosseguiram com relatos sobre as novas formas de atendimento ao cidadão durante a pandemia. Para a juíza federal e diretora do Foro da Seção Judiciária do Espírito Santo, Cristiane Conde Chmatalik, não há dúvidas sobre quem foi mais atingido pela dificuldade do acesso à justiça durante pandemia: o cidadão hipossuficiente, ou seja, aquele que não dispõe dos recursos financeiros necessários para se sustentar. Importantes ferramentas foram então criadas na SJES com base na inovação, como o “Fale com a JU”, uma ferramenta de atendimento remoto dentro do WhatsApp, que atende cidadãos que desejam ingressar com ações nos Juizados Federais ou buscar informações sobre os sistemas processuais, descomplicando e agilizando o exercício do direito de acesso à Justiça.

Em seguida foi a vez da servidora Andrea Alves Inocêncio falar sobre o acesso do ponto de vista do suporte aos sistemas e das ferramentas que a JFRJ tem para atender o jurisdicionado. Muitas ferramentas já existiam, mas foram se transformando, como forma de construir meios de estar próximo à população em tempos de completo distanciamento social. Andrea ressaltou que, para isso, três pontes foram necessárias: inovar, transformar os acontecimentos da pandemia em crescimento profissional e criar ferramentas para se comunicar com a sociedade no home office.

O último bloco do dia trouxe à tona uma dificuldade recorrente em tempos de trabalho remoto: como gerir o tempo, estabelecer prioridades, cuidar da saúde física e mental em um momento tão único e conturbado como o que enfrentamos? Esse foi o desafio trazido pelo diretor e palestrante do Instituto DNA - Desenvolvimento Empresarial, Sergio Montes, que lembrou que muitas pessoas começaram a produzir mais em home office, mas às vezes em detrimento de outras relações, como as de família. O diretor então elencou várias posturas que podem servir para identificar comportamentos improdutivos, e propôs hábitos como manter horários, evitar distrações e delegar tarefas, entre outros.

A parte prática de como organizar o tempo e as tarefas ficou a cargo de Gabriela Flores, diretora de Negócios da WeGov, parceira do evento. Gabriela apresentou várias ferramentas de organização, colaboração e comunicação. “São ferramentas acessíveis a todos, na grande maioria gratuitas e que otimizam de forma exponencial nosso tempo”, afirmou.

 

Ressignificando o modo de viver

 

O último dia do evento contou com análises e reflexões de médicos da equipe da Justiça Federal, como Rita Iglezias e Gabriel Quintella.  Para dra. Rita, ressignificar a vida passa pela escuta atenta do corpo, pelo reconhecimento das pequenas vitórias diárias e pelos gestos coletivos de ajuda mútua.O médico psiquiatra Gabriel Quintella, por sua vez, chamou atenção para o aumento do número de brasileiros que apresentam sintomas relacionados a estresse, ansiedade e depressão e disse que é essencial criar espaços virtuais para ampliar a socialização, entre outras medidas

Já a diretora geral do Senado Federal, Ilana Trombka, fez um resumo do que foi feito pela casa ao longo de nove meses de pandemia e discorreu sobre o estado de emergência motivado pelo avanço do novo Coronavírus e a necessidade de dar respostas rápidas à sociedade.

Se antes da pandemia o desejo de ter mais tempo com a família ou para a vida pessoal era uma das queixas mais frequentes, a obrigatoriedade do isolamento social e o medo da morte transformaram o tempo vivido dentro de casa em uma mistura de sentimentos contrastantes. Essa ambivalência foi um dos pontos de destaque da apresentação da juíza do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e escritora Andréa Pachá. Para a magistrada, o mundo experimenta uma sensação coletiva de desamparo, mas vivida de forma diferente de acordo com a classe social, raça e gênero.  “O vírus pode ser devastador e levar qualquer pessoa à morte, mas a forma que experimentamos a doença é tão desigual quanto a desigualdade que estrutura nossa sociedade”, declarou.

  Fechando o 1º. Congresso Virtual da SJRJ, o filósofo e escritor Luiz Felipe Pondé trouxe para o centro do debate o tema “Ressignificando o sentido e o modo de viver”. O estudioso explicou que o ser humano busca o significado da vida a partir do momento que toma consciência da morte. “A experiência humana está assentada na consciência da finitude da vida. A pandemia nos coloca diante da necessidade de significado, que acontece diante de uma perda muito grande. De perdas cotidianas, de entes queridos, do controle da vida em geral. Tentamos explicar tudo que acontece, começamos a olhar nossa vida, nosso trabalho, o mundo à nossa volta, e somos obrigados a fazer escolhas, que também não garantem tudo”, esclareceu.

O conteúdo completo do “1º Congresso Virtual da SJRJ: Ressignificar a Vida e o Trabalho” está disponível no canal da SJRJ no YouTube.  Clique aqui para visualizar

 

 

 

 

 

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